Antes de começar, quero explicar as minhas crenças e uso de vocabulário. Eu reconheço que existe uma energia, uma inteligência superior que conecta todos os seres. Dou-lhe o nome de Deus e algumas vezes d’o Todo, Universo, Energia Suprema. Para mim Deus não é a figura e Divindade masculina omnipresente que nos ensinam. Sim, fui criada como católica, acredito que Jesus e Maria existiram, mas considero que a história está incompleta na bíblia, se não até distorcida. Estudei budismo, judaísmo, cabala e hinduísmo. Todas as religiões têm uma base de Amor e os livros sagrados são escritos de forma metafórica e simbólica. 

Então vou começar…

 A maternidade é um dos caminhos mais elevados da alma 

Não me interpretem mal, pode até parecer um pouco demais, mas eu realmente acredito que é, ou pelo menos pode ser vivido dessa forma. 

Vamos cá pensar, temos uma famosa história da bíblia sobre um anjo que informou uma mulher que ela estava grávida do Filho de Deus. 

Na minha vida pessoal eu soube que estava grávida do meu segundo quando pedrguntei à imagem do meu guru no altar – o que se passa comigo? Foi uma surpresa. É sempre uma surpresa, mesmo que tenha tentado engravidar durante algum tempo. Como é fantástico que a alma tenha entrado no plano físico naquele exacto momento? E como é incrível a conexão entre todos os membros da sua família. 

Não é coincidência…. 

As mães são o portal para trazer uma alma à terra. Exige confiança e entrega. Amor e força.

As mães também são uma das guardiãs e cuidadoras dessa alma. O Destino confiou as almas às mães. Há um ditado judaico que é mais ou menos assim: Na impossibilidade de estar em todo o lado Deus criou a Mãe. 

Cuidar de uma alma nova, de um bebé, requer amor, devoção, humildade e disciplina. Todos os recursos que são precisos quando fazemos Karma Yoga em qualquer ashram ou Puja todos os dias. 

Alimentar, trocar a fralda, vestir, brincar, admirar, embalar para dormir, alimentar, trocar fralda, vestir, brincar, admirar, embalar para dormir, é uma prática devocional diária. 

É ou não, uma das práticas devocionais mais elevadas que existe? Cuidar da coisa mais sagrada que os humanos podem co-criar

Segurar e nutrir um bebé, apoiar seu crescimento e tornar-se numa criança mais tarde num adulto, é uma das tarefas mais sagradas e divinas, mais humanamente imperfeita, que nós, como seres humanos, temos. É tão sagrado e cru, o verdadeiro paradoxo da vida e da existência. 

Mas abraçar e nutrir um bebé, sustentar o seu crescimento e estar consciente e ciente o suficiente de que esse ser não nos pertence a nós como mães, nem aos pais, mas ao Todo. E que esse Ser tem o seu próprio propósito divino de viver . Esta, é mesmo uma prática muito elevada da Maternidade. A prática do amor sem condições, a prática de dar sem esperar receber a prática de ensinar e deixá-los ir. 

A maternidade é sobre segurar, amar e saber quando deixar crescer e ir

Claro que recebemos amor dos nossos bebés, todos os sorrisos, abraços, beijos e “eu amo-te” são incríveis e enchem os nossos corações. Nós expandimos de alegria com todos os pequenos passos que eles dão. A maternidade é cheia de graça, amor e alegria. É uma montanha russa de sentimentos, aprendizagens e evolução. 

Os nossos pequeninos são as criaturas mais adoráveis ​​da terra; fazem-nos ver a beleza nas pequenas coisas e conectarmo-nos novamente com a nossa criança interior. Com isto, eles tocam inconscientemente as feridas e sombras da nossa criança interior, o que às vezes pode ser extremamente doloroso. Se permitirmos que o seu amor e inocência nos toquem profundamente e transformem os nossos medos e traumas, tornamo-nos mães e seres humanos melhores. 

Este pequeno humano tem a capacidade de iluminar as nossas sombras;  apenas temos que nos render a esse processo. E os nossos corações abrir-se-ão ainda mais e mais profundamente em amor.

Yin e Yang são dois conceitos da filosofia chinesa que representam dois pólos distintos, duas forças primárias da criação opostas e complementares que geram e gerem todos os fenómenos.

 Yin representa a noite, lua nova, inverno, sombra, frio, quietude e lentidão e é representado pela cor preta. Já Yang o dia, a lua cheia, o verão, calor, movimento, rapidez e é representado pela cor branca. Apesar da atribuição destas cores principais, cada cor tem um círculo mais pequeno com a cor do pólo oposto, o que significa que ambos existem de forma integrada, não existindo um sem o outro. 

Yin e Yang na alimentação

A macrobiótica estuda a influência destes dois pólos nos alimentos, como energia viva que   dependendo da sua natureza e da forma como são cozinhados representam Yin ou Yang, influenciando o nosso estado emocional, físico e mental. 

Segundo a macrobiótica, os alimentos yang potenciam uma atitude activa e dinâmica, sendo o seu extremo a agressividade e a impaciência enquanto que os alimentos yin criam uma atitude mais calma e ponderada, sendo o seu extremo a dependência e a inércia. 

O nosso corpo foi criado para encontrar a homeostase, o equilíbrio, de modo que um elemento excessivamente Yang vai atrair o seu extemo oposto. Por isso é que depois de comermos carne temos apetite por doces e depois de comermos coisas muito salgadas temos vontade de beber água (extremos Yang – extremos Yin). 

Alimentação pós-parto

No pós-parto, a mãe tem o seu chi (energia vital) baixo devido ao esforço físico da gravidez e parto. Cuidamos do chi com comida nutritiva e fácil de digerir. O estado de humor da recém-mãe pode circular entre a euforia (yang) e a depressão (yin), entre a vontade de fazer muitas coisas (Yang) e não sair do sofá (yin). O que queremos resgatar ao cuidar da mãe, é a sua energia calma e descontraída (yin) mas evitando o extremo dessa energia que poderá contribuir para a sensação de perda de coragem e confiança. 

Nesta fase, tão única, a mãe precisa de caldos de vegetais, quentes e nutritivos, ou seja, exatamente a forma de cozinhar e os alimentos que activam o chi e estão entre as energias Yang e yin. A mãe precisa de equilíbrio, de calma mas ao mesmo tempo de confiança. Qualquer excesso, com um alimento Yang (carne e processados) ou Yin (refrigerantes e açúcar) pode comprometer a sua recuperação, a amamentação e a tranquilidade do bebé e da família. 

Sabemos que a mulher é o centro nevrálgico da família, e quando ela está bem e equilibrada, o bebé sente e a família tende a seguir e a ser contagiada por essa energia.

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